“Além de Darwin – Evolução: o que Sabemos sobre a História e o Destino da Vida”, de Reinaldo José Lopes, é uma oportuna contribuição ao grande debate internacional que tem no centro a teoria da evolução. Pois além de toda a abrangência indicada no subtítulo, sua outra grande qualidade está na clareza e na agilidade de seu estilo, próximo ao das grandes reportagens (o autor é jornalista de ciência). Os títulos de suas partes principais falam por si: “Parceiros – dos deleites e das agruras de se reproduzir fazendo sexo”; “Mentes – da inteligência humana e de outras inteligências”, “Peças – dos blocos que montam a diversidade da vida”; “Elos – dos intermediários que comprovam o passado das espécies”; “Formas – das maneiras fascinantes e bizarras de se construir um corpo”; “Esperanças – do certo, do errado, da fé e da razão”; “Daqui pra frente – o que entender a história da vida significa para o nosso futuro”.
Dois grandes motivos mantêm a teoria da evolução em evidência para além dos laboratórios e congressos científicos. Primeiro, a biologia ocupou o papel que a física teve no século passado: ela é a ciência do século 21, a que concentra os resultados mais espetaculares, os maiores avanços e as repercussões mais amplas, além de se espalhar por vários aspectos da cultura e da sociedade contemporâneas. Da medicina à engenharia genética, dos alimentos modificados ao meio ambiente, das pesquisas com células-tronco à história da vida, tudo passa por ela. Segundo, a teoria da evolução está no centro do mais acirrado debate político-ideológico contemporâneo, o que confronta a própria evolução ao criacionismo (a crença na criação divina da vida), ou seja, ao discurso religioso.
Além disso, a evolução é um daqueles fenômenos culturais tão familiares quanto mal compreendidos. Desde o início, com a publicação da obra de Darwin, vários ruídos de informação se intrometeram em sua recepção: a descendência do homem a partir do macaco (quando, na verdade, trata-se de um ancestral comum), a sobrevivência do mais apto ou do mais forte (quando, na verdade, trata-se da sobrevivência dos mais adaptáveis de cada geração de cada espécie às mudanças em seu meio ambiente), a condição de “mera teoria” do conceito de evolução (quando, na verdade, em ciência teoria significa uma hipótese já provada). Por fim, o darwinismo não para, ele próprio, de evoluir: o exemplo mais dramático foi seu encontro com a genética (desconhecida no tempo de Darwin).
Tudo, portanto, conspira para tornar livros como Além de Darwin simplesmente incontornáveis para quem queira compreender seu próprio mundo. Na síntese do autor, “Nenhum aspecto da vida na Terra, das hélices moleculares das bactérias às emoções humanas, tem sentido sem a força iluminadora da teoria da evolução. Faz um século e meio que a biologia evolutiva foi fundada por Charles Robert Darwin […]. Desde então, o alicerce lançado por ele deu lugar a um edifício imponente, que confirmou a essência do que o naturalista britânico propunha e, ao mesmo tempo, ampliou de forma vertiginosa o conhecimento que temos sobre a origem e a natureza dos seres vivos. O livro que você tem em mãos é um passeio pela versão mais atualizada e empolgante desse legado”.
Inf. publicação | Livro – Português | |||||
ISBN | 9788525047687 (broch.) | |||||
Edição |
22
|
|||||
Ent. princ. |
|
|||||
Título | Além de Darwin : evolução : o que sabemos sobre a história e o destino da vida / Reinaldo José Lopes. | |||||
Imprenta | São Paulo : Globo, 2009. | |||||
Desc. física | 246p. ; 21 cm. | |||||
Coleção/Notas | ||||||
Bibliográficas |
Bibliografia: p. 237-246
|
|||||
Locais 5 |
BNB
|
|||||
Assuntos |
|
Fonte: Fundação Biblioteca Nacional
Você precisa fazer log in para comentar.